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Ansiedade boa, o melhor da festa é esperar por ela

“Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma.”

Todos nós, em algum momento, experimentamos ansiedade, como uma sensação vaga e desagradável de apreensão. Mas, ainda que aparentemente negativa, num nível mais baixo, a ansiedade tem função de adaptação.

Na véspera de uma viagem, no início de um novo emprego, na proximidade do nascimento de um filho, são alguns exemplos onde a ansiedade será presença confirmada e com possível utilidade. Mas como tornar essas, e outras experiências ansiosas, como experimentações positivas?

Por que ficamos ansiosos?

Em geral, a ansiedade nos diz de uma ameaça, real ou imaginária, e então dessa forma ela tem função positiva, de nos movimentar a tomar medidas para prevenir possíveis prejuízos.

Serve como um sinal de alerta. Se vou fazer uma prova, nas semanas ou dias que a antecedem, posso me sentir mais ansiosa, e isso pode me favorecer, posso aumentar meu foco, organizar melhor meus horários de estudo, investir mais minha energia e meu tempo para realizar o melhor que puder. E assim nossas diversas experiências de ansiedade podem ser vistas como convenientes, desde que seja possível aproveitá-las ao nosso favor.

A intensidade dessa ansiedade normal varia de pessoa para pessoa, depende de como cada um percebe determinadas situações como estressantes, de suas defesas psicológicas e dos mecanismos que essa pessoa tem para lidar com a tensão ou pânico.

Como lidar com a ansiedade?

As características pessoais podem fazer muita diferença na forma de lidar como o fator ansiogênico. É possível caminhar de forma adaptativa, e até buscar recursos de alívio saudáveis, ou caminhar num processo de intensificação do mal estar até que esse se torne um transtorno ansioso, e aí já entraríamos numa outra história.

E então, o melhor da festa é esperar por ela? Há quem diga que sim, e isso nos faz pensar na expectativa de viver  algo muito esperado, mas nem todas as nossas vivências serão encaradas como uma festa, ainda que façam parte da nossa trajetória.

Mesmo para essas situações, é válido nos colocarmos numa postura de enfrentamento, reconhecer nossa capacidade em lidar, se abrir para desfrutar o momento, e saber que no fim das contas sempre será possível aprender algo novo.

Você tem se sentido ansioso, mas não está conseguindo organizar suas atitudes e pensamentos? Agende uma conversa online ou uma consulta psiquiátrica em BH.

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Quando são intermináveis os minutos do pânico

“a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”

Os ataques de pânico têm curta duração, entre 15 e 30 minutos, mas essa experiência pode parecer uma eternidade. Nesses poucos minutos se faz presente um turbilhão de sensações corporais, medos, ideias de catástrofe e descontrole. Os ataques de pânico estão presentes em algumas condições psiquiátricas, mais frequentemente no Transtorno de Pânico. Nesses ataques, o medo intensificado nos pede um olhar corajoso, uma pausa, para buscarmos ajuda e alívio.

O ataque de pânico é uma crise intensa de ansiedade com forte sensação de medo, inclusive medo de morrer ou enlouquecer, mal estar, taquicardia, tremores, suor, falta de ar são alguns outros sintomas frequentemente associados. Logo, ter um ataque de pânico, não é uma experiência fácil. E quando vivenciado o Transtorno de pânico, é comum se ter medo de novos ataques, já que nessa condição eles são recorrentes. Mas por que eles surgem?

Há algumas hipóteses, uma delas seria uma percepção exagerada e distorcida de um sintoma corporal, como alarmante. Uma pessoa mais vulnerável do ponto de vista biológico ou psicológico, na vivência de um período de vida percebido por ela como mais negativo e estressante, pode notar um sintoma físico qualquer como ameaçador, essa constatação pode gerar ansiedade intensa, e daí deflagrar um ataque de pânico. Surge então a possibilidade de um ciclo de ansiedade em espiral, e com o passar do tempo o indivíduo começa a evitar situações, ou locais, que poderiam estar associados aos ataques.

E então, em algum momento, é preciso fazer uma pausa, olhar pra si e perceber corajosamente que algo não vai bem, buscar ajuda. É comum na clínica do Transtorno de pânico, que a pessoa percorra um longo caminho até chegar num consultório psiquiátrico. Passagens por atendimentos de urgência, ou consultas clínicas em outras especialidades são relatos comuns. Exames com resultados negativos e ausência de diagnósticos de doenças orgânicas são frequentes, inicialmente é muito comum a pessoa acreditar fortemente na existência de algo grave.

A vida avança, as respostas vão chegando, e finalmente a ideia do adoecimento emocional. Desse modo passamos a caminhar num outro sentido, sem esquecer da saúde do corpo, mas direcionamos nosso olhar para o que vai na mente, para as crenças e ideias estabelecidas. Recursos como psicofármacos e psicoterapia são utilizados, com alívio significativo. Quanto melhor se compreende os gatilhos ansiogênicos, mais rapidamente a pessoa pode aprender a lidar com eles. É possível encontrar estratégias eficazes de tratamento, com melhora significativa da qualidade de vida, mas como todos os tratamentos psiquiátricos, é importante o indivíduo se colocar em processo de trabalho, disponível para realizar as transformações necessárias.